
Penso no tempo que perdemos por falar mal da vida alheia, nas horas que ficamos jogando fora nossa sabedoria por arquitetar coisas que sabíamos que não precisávamos, nas arvores que deixamos de plantar, nas flores que deixamos de cheirar e nas bocas que deixamos de beijar. Penso na alegria das crianças que gritam gol e no porque brigamos com elas por gritarem, se era isso que queríamos estar fazendo. Penso nas montanhas que deixamos de escalar por medo de altura, nas palavras de conforto que não dissemos, nos abraços que nos negamos a oferecer, nas borboletas que espantamos de nossas salas. Penso num mundo que nunca terei, em corpos nunca tocarei e em sorrisos que nunca verei. Penso nos inúmeros "Eu te amo" deixamos de dizer ou por medo de se apegar, ou por pânico de se apegarem a nós. Penso nas pessoas que me fizeram feliz e naquelas a quem fiz sorrir, com um truque de mágica, com uma palhaçada ou com um simples bom dia. Mendigos e magnatas, crianças e velhos, homens e mulheres. É nisso que penso, e antes de dormir peço perdão aqueles que magoei e obrigado aqueles que me perdoaram, para no dia seguinte voltar a magoar, voltar a ignorar as flores, os beijos, as escaladas... Somos seres humanos errantes, pensantes e tolos.
Richard Goulart
Um comentário:
Amigo, gosto de tu tatu! Beijos dessa borboleta errante e sonhadora!
Postar um comentário